quinta-feira, maio 24, 2007

sandade que dói

da mesa sempre posta
do bolo-de-fubá
do rocambole
cobertos pela toalhinha de tricô
feitos no velho fogão
daquela humilde casa

do cheiro do café sempre fresco
das xícaras com desenhos delicados
de bruços
lado a lado

do avental sempre limpinho
dos cabelos brancos
presos num coque
caprichado


dos olhos-criança
que negam o brocado do rosto
tão marcado
do sorriso tolerante no
convite carinhoso:
meninos hora do lanche
lavem as mãos

saudade doce que dói
nesta lágrima que me escapa
e repousa
num tempo que não volta mais


dedicado ao meu amigo Armando Fernandes
e a senhora sua mãe

Sandra Falcone
Maio/2007