
a minha solidão
de mulher
sempre viveu
nas quatro paredes
da minha intimidade
(enclausurada)
até o dia que deixei
a porta entreaberta
e você entrou
(sem estardalhaço)
sorrindo de emoção
aconcheguei-me
toquei suas mãos
(estavam vazias)
então alcancei seu olhar
(estava opaco)
mas você recendia a Vida!
procurei sua boca
(estava cansada)
ainda tentei seu corpo
(mas já era tarde)
a minha solidão voltava
forte, senhora
(soberana)
tomando o seu lugar
trancou a porta
fechou as cortinas
e docemente
envolveu-me num abraço
(seco)
eu
mais uma vez
cativa
(entreguei-me)
de mulher
sempre viveu
nas quatro paredes
da minha intimidade
(enclausurada)
até o dia que deixei
a porta entreaberta
e você entrou
(sem estardalhaço)
sorrindo de emoção
aconcheguei-me
toquei suas mãos
(estavam vazias)
então alcancei seu olhar
(estava opaco)
mas você recendia a Vida!
procurei sua boca
(estava cansada)
ainda tentei seu corpo
(mas já era tarde)
a minha solidão voltava
forte, senhora
(soberana)
tomando o seu lugar
trancou a porta
fechou as cortinas
e docemente
envolveu-me num abraço
(seco)
eu
mais uma vez
cativa
(entreguei-me)