Lá vem ela
D. Maria
correndo
sacola de plástico
cesta básica
arroz e feijão
farinha
bolacha de maizena
talvez um pouco de pão?
o silêncio da fome
escorre na enxurrada
sem pedir licença
(nem poética)
esperam de mim
versos lúdicos?
ora!
não tenho nenhum
não faltou vontade
e sim verdade
a teoria na prática é outra
Ravel e Debussy?
Clair de Lune?
ou o Rap rasteiro?
quem sabe no domingo?
a noite
com o efeito de luz e sombras
eu consiga
olhar as estrelas
longínquas
e escurecer estas que pipocam
nas ruas tintas de sangue!
poema e imagem: Sandra Falcone
sexta-feira, maio 29, 2009
Daquêm
Pôr de mim
na minha praia
meus pés descalços
a cada passo
contam de mim
meu corpo ardendo
transpira tanto
que sol a pino
é quem se queima
a praia invadida
o sol afogueado
buscam refúgio
na maré que chega
com a núvem branca
a praia se esconde
o sol se vai
e fica só
... um cheiro de mim
sandra falcone
retraços de mulher/1998
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