quinta-feira, novembro 01, 2007

horas sem tempo (II)

fim de tarde
um céu pálido
me abraça

ouço o leve rosçar
que passa

espreito

apenas
um pássaro
perdido
seguindo a brisa

depois?
nada passa

nem o tempo


poema de Sandra Falcone

horas sem tempo (I)


houve um tempo
que o tempo não contava

depois houve um que apenas
fluía
desocupado

depois um outro mais presente
atento
incomodante

depois um longo tempo parado
consciente
doído


e agora este
com tão pouco
tempo
poema e trabalho gráfico: Sandra Falcone