segunda-feira, janeiro 08, 2007

fragmentos v


entendo o seu cansaço e sei da sua sede
da sua fome
vem
empresto o meu cajado
divido com você
o meu vinhoo
o meu pão
descansea sua alma na minha
e liberte as suas lágrimas

antes de partir me abrace

segue o seu caminho

eu sempre estarei com você
ainda que na poeira
dos seus passos
trôpegos ou não

nessa estrada que é...
só sua

Bilac





Rabo abanando com uma certa fúria : que pais é este? Me conta, tim tim por tim tim. Ta certo que o Criador deu aos humanos a irracionalidade , mas relativamente ao Brasil, tenho a nítida impressão de que a coisa extrapolou ao seu controle, a menos que, cansado dos humanos brasileiros, acabou entregado os pontos e delegando ao Diabo os limites da irracionalidade humana , esquecendo que o Diabo, costuma exercer suas funções na plenitude .

Perdoe as minhas más palavras mas, sinceramente, não tenho outras palavras latidas para
oferecer num elegante “politicamente correto”. Será que eu um cão nanico tenho que botar a boca no trombone?Para que seja ouvidos pelas orelhas surdas dos cherifões de Brasília. Até quando esse circo vai ficar armado? Essa historia dos Senadores suplentes vai ficar assim? Tem cara que não recebeu um voto, mas vai se fartar com algumas centenas de reais, tirados, naturalmente, dos bolsos dos humanos e o pior, enquanto gozam férias ...e olha que só estou me referindo a um tiquinho do tal circo. Se for fazer o rol das palhaçadas...Haja! Também tem outra coisa: essa palhaçada não faz os cidadãos sorrir, apenas os agraciados. Os humanos, pobres mortais, e nós caninos, por osmose, ficamos num desalento só. Hoje com essa historia nem comi um bifinho que a minha dona me deu. Meu único consolo foi a Belinha, lidinha na tevê, no programa da Ana Maria Braga (gatissima).

Eu fiquei vermelhinho da silva com essa falta de vergonha. E vocês ?

Ufa! Ainda bem que continuo cachorro!!!!!

fragmentos III


Como faço pra segurar
essa nuvem que se esvai
carregando meus sonhos
num céu de tarde
moribundo?

Não sonhei
tempo de encontrar
as estrelas?

Onde foi que errei?

Não quero ser a única
sobrevivente
de mim mesma.

Quero meus sonhos
de volta.

Fragmentos


De seu pedestal
De homem impoluto
Ditou regras
Que leu no manual
Da prepotência
E da intolerância
Nunca abriu mão
De um não

Nasceu de mal com a Vida
Recusou seu abraço

Paciência tem limite
E a Vida tambem

Resta-lhe agora
Um par de mãos
solitárias
Um rosto cansado
Um olhar restrito
E o reflexo
De um espelho
Frio
Ouvindo
Suas palavras
Vazias

fragmentos II



olhou
demoradamente
a intimidade dos dois
o sorriso brando
a paisagem antiga
na foto nova

com extremo
cuidado
retirou a foto

beijou a moldura
carinhosamente
arrumou o porta-retratos
vazio
na mesa de cabeceira


a foto ?
guardou