terça-feira, julho 14, 2009

quero poetar, mas não deixam!

Lendo uma entrevista da Folha sob o titulo de “ataque à blogosfera “ do historiador britânico Andrew Keen, que no seu livro diz que a internet está matando a cultura e critica os sites como Youtube e Wipedia, manifestando horror pela abundância de autores e de opiniões, fiquei com vontade de usar o meio que tanto abomina e enviar um e-mail para que ele viesse dar uma volta por aqui. Alguém pode achar estranha essa introdução, mas não é, pelo menos para mim.

Explico.

Não posso deixar de fazer uma correlação entre a matança da cultura que ele tanto alardeia e a carnificina de que somos vitimas cotidianamente, minuto a minuto, nesse Coliseu do século vinte e um que se transformou o nosso Senado. Nossa ética, dignidade e o escambal a quatro jogados na arena aos nossos senadores transvestidos de ratos, selvagens e sanguinários, autores de opiniões de bocas ocas, com o hálito das excrescências.

O Coliseu de Roma é uma das sete maravilhas do mundo. E o nosso o que é?

Certamente o historiador do ataque a blogosfera teria, sem duvida, no mínimo, um ataque epilético. Isso porque é britânico. Fosse brasileiro teria um ataque fulminante do coração, alma, sem a recorrência de um desfibrilador, ainda que divino.

É evidente a carnificina da nossa cultura. E não? Dizia minha querida tia madrinha que o exemplo vem de cima? E o des-exemplo? Vem de baixo? Como tentar, eu disse tentar, transmitir aos nossos jovens os valores que devem pautar uma cidadania se essa mesma cidadania é minada, para não dizer, estrumbilhada, em nome da democracia? Democracia é isso ai que se vê em tecnicolor, todo santo dia. Faço chuva ou faça sol?

O tal historiador britânico diz que a autoridade do Estado, da mídia, das coisas que devemos prezar, devem ter valor significantes que, se minados, criariam a anarquia. Pergunto, fazendo uma outra correlação. E a autoridade do nosso Estado? Onde está bela? Eu não sei. Alguém sabe?

Caramba, meu ! E vem o presidente do Senado e bate com as tamancas anulando os atos secretos ...hum...secretos? Bem. Como se fosse o salvador da pátria? Eu, hein? Não adianta passar essa brilhantina na cara de pau que não brilha mais... perdeu a validade, mofou!

E com o olhar pidão e voz embargada : Eu? Quando? Nunca! Jamais! Enquanto os Estatutos Sociais da sua associação sem fins lucrativos , eu disse sem? Bem... ficam vermelhos de vergonha, tal como eu agora, mais uma vez, assinando esta crônica ...

Fuiiiiiiii antes que me levem pro diabo que me carregue como cidadã.

Sandra Falcone